Será que existe algo mais emocional do que optar por ser racional, por medo de errar novamente? E o que é mais racional do que permitir que essa emoção guie cada um dos nossos passos? Às vezes são tão altas as vozes de fora, que a gente acaba não ouvindo o peito gritando. O meu peito é que gritou alto demais, calando as vozes de fora. Epifania. Compreensão súbita. Era como se estivesse tua imagem estampada em tudo que vejo. E aquela presença permanente no meu pensamento me fez percorrer a extenuante e perigosa trilha que me leva de encontro a ti.
Será que existe burrice maior do que saber todas as respostas? E sabedoria maior que a sabedoria de se deixar enganar? A gente pensa que, com o passar do tempo, aprendemos a pular as rasteiras que nos são passadas. Digo, por experiência própria, que existem tombos que eu adoraria tomar de novo.
Só de lembrar deles já fico ansiosa novamente.
Tão ansiosa que passei a olhar pros lados, sempre achando ser a tua voz qualquer ruído que me atingisse os tímpanos.
As vezes em que acertei são minoria, mas eu aprendi demais, justamente por errar demais.
Os minutos que a gente tem juntos viram dias e semanas em câmera lenta, dentro da minha cabeça, toda vez que penso em você.
Meu coração está vazio, sem mobília.
Mas tudo que eu preciso agora é de espaço pra te construir dentro do meu peito, com as poucas peças que tenho em mãos.
Nada mudou: continua tudo mudando a todo minuto.
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